Compromisso com a transparência

26.01.2021 • Notícias

O relatório de resultados das empresas aderentes à Moratória da Soja, referente à temporada 2018/2019, constata que das 27 empresas signatárias, 74% (20) realizaram as auditorias exigidas e entregaram relatórios válidos no ano de referência, cinco empresas não atuaram no bioma amazônico no período, uma não entregou o relatório de auditoria anual e uma empresa apresentou um documento desatualizado.

Todos os anos um processo de auditoria independente é realizado para demonstrar os resultados das empresas signatárias que integram o acordo da Moratória da Soja, buscando verificar as práticas adotadas para assegurar seu cumprimento.

O Grupo de Trabalho da Soja, formado por representantes da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), da Associação Brasileira dos Exportadores de Cereais (Anec) e da sociedade civil, avalia anualmente os relatórios individuais e produz um relatório consolidado, que reúne as conclusões dos auditores independentes contratados, e faz um balanço das oportunidades de melhoria.

É importante lembrar que a Moratória da Soja é um compromisso voluntário. Ele prevê que as empresas comercializadoras de soja não comprem ou financiem matéria-prima produzida em áreas desmatadas após 2008 – o que desencoraja na raiz a remoção de florestas para se abrir novas áreas para produção.

Resultados consolidados

Do total de relatórios apresentados, 90% das empresas não compram soja contaminada por desmatamento, evidenciando o cumprimento do compromisso. Duas apresentaram compras não conformes, porém já declararam ter um plano de ação para mitigar o problema.

No ciclo 2018/2019, dos 5 milhões de hectares dedicados ao plantio de soja em sete estados da região amazônica, 88 mil hectares foram identificados em situação de desacordo com a moratória, ou seja, tratam-se de áreas que não deveriam ter sido desmatadas. O desmatamento gerado representa um incremento de 38% em relação à safra 2017/2018, que identificou 64,3 mil hectares em desacordo. Esse percentual de crescimento está muito próximo dos 36% identificados no resultado de 2016/2017, com 47,4 mil hectares em desacordo.

Apesar de levantar um sinal de alerta, esses 88 mil hectares equivalem a uma fração de 1,8% da produção da oleaginosa e a 4,8% do total de área desmatada dos 95 municípios monitorados. Isso quer dizer que há desmatamento, mas 95% dele não é destinado ao cultivo de soja. O dado vem do Programa de Cálculo do Desflorestamento na Amazônia Brasileira (Prodes 6), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Oportunidades de melhoria

Um ponto que chama atenção é que ainda há espaço para melhorar a qualidade das informações relatadas e das práticas de gestão de monitoramento dos fornecedores diretos e indiretos de grãos. Por exemplo, existem evidências de falhas como a falta ou a inconsistência de dados geoespaciais, e 40% das empresas não têm um sistema de geomonitoramento que identifique os locais de produção. Ainda sobre fornecedores diretos, do grupo auditado, 55% têm meios de bloquear automaticamente fazendas não conformes.

Uma das conclusões, portanto, é de que melhorias voluntárias de processos podem aumentar a segurança das operações de quase metade das signatárias. Além de não comprar, comercializar e financiar soja de áreas desmatadas, as empresas comprometidas com a moratória devem se empenhar para encontrar soluções viáveis e confiáveis para aumentar o monitoramento da compra de fornecedores diretos e indiretos.

Para conferir o Relatório Consolidado das Auditorias do Ciclo e 2018/2019, clique aqui.

Em breve apresentaremos os resultados das auditorias do Ciclo 2019/2020, fique ligado!

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